Resumo: Modelos de Ising na presença de desordem, tanto nas interações quando no campo magnético, vêm sendo bastante estudados desde a década de 80. Porém, algumas questões fundamentais continuam sem resposta. É um concenso geral de que, no caso da desordem no campo magnético, o modelo de Ising em 3 dimensões (na rede cúbica LxLxL) tem uma transição de fase em temperatura finita. Porém, não se sabe ao certo qual a ordem desta transição, e se os expoentes críticos são universais, ou seja, se são os mesmos para qualquer valor de desordem. Resultados baseados na teoria do campo médio e no grupo de renormalização sugerem transição de primeira ordem, ao passo que a análise do estado fundamental e simulações recentes indicam transição contínua. Por outro lado, a universalidade dos expoentes foi sugerida na década de 90, mas em redes com tamanho muito pequeno (L⇐16).
Neste seminário irei discutir resultados de simulações de Monte Carlo do modelo de Ising 3D na presença de uma campo magnético local que segue uma distribuição bimodal (+/- h) em cada sitio. Os resultados numéricos sugerem fortemente que a transição de fase é contínua para todos os valores de h menores que um valor crítico h_c, que é estimado numericamente. Além disso, as simulações também indicam que os expoentes críticos dependem da intensidade do campo h, o que implica em uma quebra de universalidade na fronteira ferro-paramagnética.